Análise de Sangue

 

 Constituição do sangue

 O sangue é constituído por:

  • Plasma(cerca de 55%) – constituído principalmente por água e sais dissolvidos.
  • Fracção sólida - glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

 

Função do sangue

Este tem um grande número de funções, nomeadamente o facto de transportar oxigénio e nutrientes que chegam às células, recolher os produtos do metabolismo celular de modo a expulsá-los do corpo, manter a temperatura corporal a um nível adequado, defender o organismo contra agentes patogénicos, entre outros. Como tal, o sangue percorre todo o corpo a fim de realizar estas funções e, quando este sofre algum tipo de lesão provocada por um agente físico (um tiro, uma facada, uma pancada) este tende a surgir e, por vezes, a sair do nosso corpo.

 

Serologia

 A serologia ocupa-se da realização de uma gama de testes de laboratórios ao sangue com um determinado objectivo, que pode ser a determinação do tipo sanguíneo, os testes de paternidade, entre outros. A forma como as manchas de sangue aparecem permitem determinar o tipo de lesão que o indivíduo teve bem como a forma como a vítima foi atingida, sendo que este estudo das manchas também entra no âmbito da Serologia.

 

Identificação de manchas de sangue

 No local do crime, por vezes, há a necessidade de verificar se uma certa mancha no chão ou na parede se trata realmente de uma mancha de sangue. Como tal são realizados testes, os chamados testes de presunção, para determinar se é mesmo sangue ou não, recorrendo ao uso de determinados reagentes. O reagente mais conhecido é o Luminol.

 

Luminol

O 5-amino-2,3-di-hidro-1,4-ftalazinadiona, mais conhecido por luminol, é um composto que, sob determinadas condições, pode fazer parte de uma reacção de quimioluminescência .

O luminol apresenta um grande eficácia sendo que, além de poder ser aplicado numa grande gama de pisos e tecidos, mesmo após 6 anos do acontecimento do crime, a mancha pode ainda ser reconhecida como sendo sangue se for usado o luminol. Outra das vantagens é que não altera o DNA da amostra, pelo que podem ser feitos testes, numa altura posterior, para comparar estas amostras com o DNA de suspeitos.

  

Teste do Luminol

 A quimioluminescência refere-se à emissão de luz resultante de uma re­acção química. Os produtos da reac­ção são substâncias num estado elec­trónico excitado, que, ao passarem para o estado fundamental, emitem fotões.

O luminol, que exis­te sob a forma aniónica, reage com o oxigénio, dissolvido em água, originando um peróxido orgânico muito instável. Este decompõe-se imediatamente em azoto e ácido 3-aminoftálico num es­tado excitado. Ao regressar ao estado fundamental, o ácido liberta um fotão, cujo comprimento de onda correspon­de à luz azul.

A oxidação do luminol descrita an­teriormente é catalisada por diver­sos iões metálicos, como cobre(II) e ferro(III). Fora do organismo, o centro metálico dos grupos heme presentes na hemoglobina do sangue oxida-se de ferro(II) a ferro(III) e este último catalisa a oxidação do luminol pelo peróxido de hidrogénio e também o mecanismo de decomposição do pró­prio peróxido. Como se trata de um catalisador, basta uma pequena quan­tidade de sangue para que a oxidação do luminol ocorra com libertação evi­dente de luz.

Apesar de muito útil na investigação criminal, o luminol apresenta, no entan­to, algumas desvantagens. A principal é que há outras substâncias com as quais pode reagir, com libertação de luz. Se o criminoso em questão perce­besse um pouco de química ou estives­se mais atento aos programas de ficção da TV, teria utilizado lixívia em vez de detergente para limpar o local. A lixívia provoca o mesmo efeito sobre o luminol que a água oxigenada, mas sem necessidade da presença de um catalisador como a hemoglobina.